População brasileira
Conceitos demográficos
Entender a configuração de uma população é algo necessário em virtude de
diversos aspectos, por isso ao realizar estudos sobre esse tema é preciso
considerar os conceitos demográficos que são informações temáticas que servem
para observar as carências em determinados seguimentos sociais.
·
Taxa de fecundidade total - número médio
de filhos que teria uma mulher ao final de seu período reprodutivo.
·
Taxa de mortalidade infantil - frequência com
que ocorrem os óbitos infantis (menores de um ano) em uma população, em relação
ao número de nascidos vivos em determinado ano civil. Expressa-se para cada mil
crianças nascidas vivas.
·
Taxa de mortalidade de menores
de 5 anos - frequência com
que ocorrem os óbitos de crianças antes de completar 5 anos de idade em uma
população, em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano civil. Expressa-se
para cada mil crianças nascidas vivas.
·
Taxa de natalidade - Taxa de natalidade é a relação entre o número de
nascimentos ocorridos em 1 ano e o número de habitantes.
·
Crescimento vegetativo - O
crescimento vegetativo é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de
mortalidade absoluta. Assim a população irá aumentar ou diminuir dependendo
dessas taxas.
População absoluta e população relativa
População absoluta é o número total de habitantes de um lugar (país,
cidade, região etc.). Quando um determinado lugar possui um grande número de
habitantes, dizemos que é populoso ou de grande população absoluta; e quando
possui um pequeno número de habitantes, dizemos que é não-populoso ou de
pequena população absoluta.
Vejamos
alguns exemplos a nível mundial:
·
Países populosos China, Índia, Brasil, Japão;
não-populosos: Portugal, Canadá, Uruguai, Austrália.
Densidade demográfica é a média de habitantes por km2. Para
obtê-la basta dividir a população absoluta pela área. Quando um lugar possui
elevada densidade demográfica dizemos que é densamente povoado; e quando possui
baixa densidade dizemos que é fracamente povoado.
Observe
alguns exemplos:
·
Paises densamente povoados Mônaco (15.470 hab/km2),
Cingapura (4.337), Bangladesh (740), Formosa (556), Holanda (360); Países
fracamente povoados: Mongólia (1,4), Austrália (2,2), Canadá (2,6), Arábia
Saudita (6,7), Argentina (11,7), Brasil (17,3).
Observe que nem todos os países populosos são necessariamente povoados
(por exemplo: EUA e Brasil), bem como nem todos os países povoados são
necessariamente populosos (por exemplo: Holanda, Bélgica e Formosa). Alguns
países são ao mesmo tempo populosos e povoados (Índia, Japão, Bangladesh) e
outros não são nem populosos nem povoados (Canadá, Austrália, Arábia Saudita).
Existem
países fracamente povoados ricos (Canadá) e pobres (Zaire), bem como países
densamente povoados ricos (Japão) e pobres (Bangladesh).
Expectativa de vida
A expectativa de vida ao nascer é
calculada considerando, além da taxa de mortalidade, a expectativa de sobrevida
da população residente na região em que o individuo nasceu. Fatores como saúde,
educação, situação socioeconômica, criminalidade, e poluição, entre outros, são
determinantes para uma maior expectativa de vida.
Nesse sentido,
o aumento da expectativa de vida da população está associado a melhoria das
condições de vida dessa população. Políticas públicas e avanços tecnológicos
promovem essas melhorias, tais como:
·
Os
cuidados com gestantes (acompanhamento pré-natal), bem como o acompanhamento do
recém-nascido e o aleitamento materno diminuem as taxas de mortalidade
infantil;
·
Escolarização
·
Campanhas
de vacinação
·
Avanços
na medicina
O crescimento da população brasileira
O Brasil ocupa
atualmente o 5º lugar entre os países mais populosos, estando somente atrás da
China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. A última revisão da projeção da
população realizada pelo IBGE aconteceu em 2008 e o relatório aponta
aproximadamente 193.252.604 habitantes agora em 2010.
O aumento populacional
das últimas décadas em nosso país deve-se principalmente pelo crescimento
vegetativo, visto que os fluxos migratórios ocorreram com mais intensidade até meados do século passado. Desde então, aconteceu uma explosão demográfica.
Em 1950 o número de habitantes era de aproximadamente 52 milhões, comparado com 2010, o país teve um aumento de
mais de 140 milhões de pessoas.
Espera-se para
os próximos anos que a população continue aumentando, no entanto, em um ritmo
bem menos acelerado.
Vários fatores
vêem contribuindo para a redução da taxa de crescimento, dentre eles: o
planejamento familiar, a queda da fecundidade, os métodos de prevenção à
gravidez e a urbanização.
Atualmente a
média de filhos da mulher brasileira é de 2,3 filhos, abaixo da média mundial
que é de 2,6, e já foi de 6,3 na década de 1960. Segundo o IBGE, a população brasileira será de
215.287.463 pessoas em 2050, apresentando uma taxa de crescimento vegetativo
negativa (-0,291).
O crescimento
vegetativo negativo não implica numa rápida redução da população brasileira. A
expectativa de vida está aumentando e ocorrerá sim um envelhecimento
populacional, resultante do efeito combinado desta expectativa de vida com a
redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade a partir de meados da década
de 1980. A mudança na estrutura etária
se reflete em uma diminuição relativa na proporção de crianças e jovens e um
aumento da proporção de adultos e idosos
no conjunto da população.
Em termos
absolutos, a população idosa brasileira vai ter um crescimento expressivo até
2050. Pelas projeções elaboradas pela Divisão de População da ONU, os idosos de
65 anos e mais deverão passar de 10 milhões para 50 milhões entre 2000 e 2050 e
os idosos de 80 anos e mais deverão passar de 1,7 milhão para quase 14 milhões
no mesmo período.
Distribuição da população brasileira pelo
território
A população
brasileira está irregularmente distribuída no território, isso fica evidente
quando se compara algumas
regiões ou estados, o Sudeste do país, por exemplo, apresenta uma densidade
demográfica de 87 hab/km2, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul reúnem
juntas 88% da população, distribuída em 36% de todo o território, fato
contrário à densidade demográfica do Norte e Centro-Oeste, que são,
respectivamente, 4,1 hab/km2 e 8,7 hab/km2,
correspondendo a 64% do território total.
Migrações da população brasileira
Tipos de
migrações
Hoje, na era da globalização, mais do que nunca as migrações se dão por
conta do fator econômico, que é a busca por emprego, por melhores salários, por
melhores condições de vida, etc.
Existem três variáveis para se classificar os tipos de migrações: o
espaço de deslocamento, o tempo de permanência do migrante, e como se deu a
forma de migração.
Se considerarmos o espaço de deslocamento, tem-se:
Migração internacional – que ocorre de um país para outro.
Migração interna –
que ocorre dentro de um mesmo país, subdividindo-se em:
a) Migração inter-regional: que ocorre de
um Estado para outro.
b) Migração intra-regional; que ocorre
dentro do mesmo Estado.
Levando-se
em consideração o tempo de permanência do migrante, tem-se:
Migração definitiva – em que a pessoa passa a residir permanentemente no local para o qual
migrou.
Migração temporária – em que o migrante reside apenas por um período pré-determinado no
lugar para o qual migrou, como é o caso dos boias-frias.
Se
considerar a forma como se deu a migração, tem-se:
Migração espontânea – quando o sujeito planeja, espontaneamente, migrar para outra região,
seja por motivo econômico, político ou cultural.
Migração forçada –
quando o indivíduo se vê obrigado a migrar de seu lugar de origem, geralmente
ocorrendo por catástrofes naturais, como, por exemplo, a seca que atingiu o
nordeste brasileiro no final do século XIX.
Migrações
externas
Migrações
externas correspondem a todo fluxo populacional que desloca do Brasil ou outras
nações em direção a diversos países, especialmente os desenvolvidos. O conceito
de migração segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) é toda mobilidade de
pessoas que ocorre no espaço geográfico entre distintos lugares, quando um
indivíduo se fixa em determinado território.
A cada ano
muitos brasileiros saem do país em direção às áreas de atração na esperança de
encontrar novas oportunidades e perspectivas para alcançar uma melhor qualidade
de vida. Geralmente, essas pessoas buscam isso em países desenvolvidos
especialmente nos Estados Unidos, Japão, Canadá e muitos outros países
europeus, e recentemente em países vizinhos, tais como Paraguai, Uruguai,
Venezuela e outros. Apesar da grande expectativa gerada, muitos se frustram e
não conseguem alcançar seus objetivos.
A migração
externa altera o número de habitantes dos países envolvidos no fluxo, uma vez
que o país de origem do migrante perde em número de população, enquanto que o
país destino cresce em número de habitantes.
O deslocamento
de saída de um brasileiro é denominado de emigração, nesse caso o Brasil é
considerado como uma área de repulsão ou refluxo. No caso da entrada de pessoas
no Brasil com a intenção de fixar definitivamente é denominada de imigração e o
país em questão é tido como uma área de atração ou afluxo.
Diante desses
conceitos verifica-se que uma pessoa é ao mesmo tempo um imigrante, pois está
fora de seu país de origem e emigrante por ter deixado o mesmo.
A emigração é
produto de vários fatores, como guerras, conflitos civis, catástrofes
ambientais, embora os motivos principais sejam as questões ligadas aos
problemas econômicos e sociais de uma determinada população.
Nova York
Migrações
internas
O termo ”migrações” corresponde à
mobilidade espacial da população, ou seja, é o ato de trocar de país, de
região, de estado ou até de domicílio. Esse fenômeno pode ser desencadeado por
uma série de fatores: religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e
ambientais.
No Brasil, os aspectos econômicos
sempre impulsionaram as migrações internas. Durante os séculos XVII e XVIII, a
intensa busca por metais preciosos desencadeou grandes fluxos migratórios com
destino a Goiás, Mato Grosso e, principalmente, Minas Gerais. Em seguida, a
expansão do café nas cidades do interior paulista atraiu milhares de migrantes,
em especial mineiros e nordestinos.
No século XX, o modelo de produção
capitalista criou espaços privilegiados para a instalação de indústrias no
território brasileiro, fato que promoveu a centralização das atividades
industriais na Região Sudeste. Como consequência desse processo, milhares de
brasileiros de todas as regiões se deslocaram para as cidades do Sudeste,
principalmente para São Paulo.
Outra consequência do atual
modelo
de produção é a migração da população rural para as cidades, fenômeno denominado
êxodo rural. Essa modalidade de migração se intensificou nas últimas cinco
décadas, pois as políticas econômicas favorecem os grandes latifundiários
(empréstimos bancários), além da mecanização das atividades agrícolas em
substituição da mão de obra.
A Região Sudeste que, historicamente,
recebeu o maior número de migrantes, tem apresentado declínio na migração,
consequência da estagnação econômica
e
do aumento do desemprego na região. Nesse sentido, ocorreu uma mudança no
cenário nacional dos fluxos migratórios, onde a Região Centro-Oeste passou a
ser o principal destino.
As políticas públicas de ocupação e
desenvolvimento econômico da porção oeste do território brasileiro
intensificaram a migração para o Centro-Oeste. Entre as principais medidas para
esse processo estão: construção de Goiânia, construção de Brasília, expansão da
fronteira agrícola e investimentos
em
infraestrutura. O reflexo dessa política é que 30% da população do Centro-Oeste
são oriundas de outras regiões do Brasil, conforme dados de 2008 divulgados
pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Outro aspecto das migrações internas
no Brasil é que os fluxos são mais comuns dentro dos próprios estados ou
regiões de origem do migrante. Esse fato se deve à descentralização da
atividade industrial no país, antes concentrada na Região Sudeste e em Regiões
Metropolitanas.
Tipos de migrações internas
Dentre os fatores que influenciam os processos migratórios, o trabalho é
o preponderante. Esse movimento pode ocorrer dentro de um mesmo país, estado ou
município. São as chamadas migrações internas, que são aquelas em que as
pessoas se deslocam dentro de um mesmo território. Dentre as migrações internas temos os
seguintes movimentos:
·
Êxodo rural: tipo de migração que
se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. As
principais causas são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a
mecanização da agricultura.
·
Migração Urbano-Rural: tipo de
migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço
rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum.
·
Migração urbano-urbano: tipo de
migração que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra.
Tipo de migração muito comum nos dias atuais.
·
Migração sazonal: tipo de migração que
se caracteriza por estar ligada às estações do ano. É uma migração temporária,
onde o migrante sai de um determinado local, em determinado período do ano, e
posteriormente volta, em outro período do ano. É conhecida também de
transumância. É o que acontece, por exemplo, com os sertanejos do Nordeste
brasileiro.
·
Migração pendular: tipo de
migração característico de grandes cidades e regiões metropolitanas, no qual
centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa (em
determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que fica em outro município),
retornando no final do dia.
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